DESENVOLVIMENTO

“A alegria é uma energia boa, contagiante, que brota nas nossas almas e irradia-se, banhando nossa mente, nosso corpo, fazendo sorrir. Ela não precisa vir de fora da gente”. (LAMBERT, 1989)
Para Ballone (2003) as Emoções como alegria, bom-humor, otimismo desencadeiam a liberação e produção de endorfinas, ou seja, os “chamados” hormônios da felicidade e da longevitude. Esse hormônio é produzido na hipófise e liberado na corrente sanguínea juntamente com outros hormônios como o SH (hormônio do crescimento) e o ACTH (hormônio adrenocorticotrófico) que estimulam a produção hormônios do bem estar.
Cientistas e pesquisadores afirmam que aqueles que riem com freqüência são mais saudáveis, além de muito bem-humoradas. Rir é uma atividade aeróbica que facilita a oxigenação do organismo. Após boas gargalhadas, os músculos relaxam, reduzindo a produção de hormônios neuroendócrinos associados ao estresse, tais como: epinefrina, cortisol e adrenalina. (BARROSO, 2002)
Atualmente sabe-se que existe uma vinculação direta entre o humor e a boa saúde, e por isso são realizadas como medidas alternativas ao tratamento médico convencional, terapias como a risoterapia, para melhorar o bem estar geral do paciente. Estudos comprovam a importância do bom-humor na qualidade de vida, sobretudo na prevenção de doenças e recuperação de moléstias graves, como exemplo o câncer, confirmando a interação existente entre o sistema nervoso, imunológico e endócrino.
Como todas as emoções, a alegria é utilizada como método paliativo no acompanhamento terapêutico, pode ser observada negativamente a partir do momento em que o estado de empolgação exacerbado de um individuo pode levar à atitudes impensadas, fazendo com que o mesmo não encare seus problemas com seriedade, além disso essas atitudes podem ser mal interpretadas.
Araújo e Silva (2006) relatam que é necessário discernimento e cautela por parte do enfermeiro ao utilizar estas habilidades de comunicação com o paciente fora de possibilidades terapêuticas. O otimismo no relacionamento não deve transmitir a impressão que a comunicação não é realista ou que os sentimentos negativos e necessidades emocionais do paciente não são conhecidos pelo profissional.
Em contrapartida, os pontos positivos da Alegria são muitos, podendo trazer efeitos fisiológicos importantes para evolução do paciente. É uma emoção contagiante, que trás como tendência a aproximação física, toques, abraços e conseqüentemente a confiança entre o paciente e o profissional de saúde.
De acordo com Araújo e Silva (2006) o bom humor entre pacientes, familiares e equipe de enfermagem proporcionam a construção de relações terapêuticas que permitem aliviar a tensão inerente a gravidade da condição e proteger a dignidade e os valores do paciente que vivencia a terminalidade.
A concepção moderna que a Psicologia tem a respeito dos sentimentos é que não são entidades mentais e abstratas, mas sim manifestações corporais, concretas, do organismo. (GUILHARDI, 2001)
Neste sentido, então, não há sentimentos sem uma manifestação corporal correspondente. Sendo assim, as manifestações corporais da alegria, do bom humor e do otimismo podem ser subdivididas em manifestações respondentes ou autônomas (diminuição da freqüência cardíaca, respiratória) e manifestações operantes ou voluntárias (cantarolar, gesticular, assobiar, gritar, aplaudir, abraçar, dançar)
Segundo Darwin (2000) o riso parece ser primariamente a expressão da mera alegria ou felicidade. Durante o riso, a boca se abre de forma considerável, com os cantos puxados para trás e para cima; o lábio superior também se eleva um pouco. As bochechas são puxadas para cima pela contração dos grandes zigomáticos e pela elevação do lábio superior. Rugas se formam em baixo dos olhos e nos mais velhos nas suas extremidades externas.

5 ENFERMAGEM X ALEGRIA
A atuação da equipe de enfermagem é primordial e indispensável para proporcionar o máximo de conforto ao paciente sob cuidados paliativos, ajudando-o a vivenciar o processo de morrer com dignidade, para que utilize da melhor forma possível, o tempo que lhe resta. Esse tipo de cuidado, integral e humanizado, só é possível quando o enfermeiro utiliza uma comunicação diversificada para que perceba, compreenda e empregue a comunicação verbal e não verbal.
No que se refere á comunicação com pacientes sem possibilidade de cura, há, porém, a falta de conhecimentos e habilidades por parte de número expressivo de profissionais de enfermagem.

Muitos profissionais mostram desconhecer técnicas de comunicação terapêutica, evitando o contato com os pacientes que vivenciam o processo de morrer, afastando-se dos mesmos, por não saber trabalhar os sentimentos que a situação de morte iminente lhes desperta (ARAÚJO e SILVA, 2006).
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Baseando-se na interferência das emoções sobre o estado físico e psicológico do paciente, surgem a todo instante terapias alternativas como os Doutores da alegria, que surgiu em Nova York no ano de 1986, através do palhaço Michael Christensen que treinou um grupo de artistas para apresentar-se em hospitais para crianças internadas. Dois anos depois Wellington Nogueira iniciou a implementação de um projeto similar no Brasil, que tinha como objetivo principal proporcionar alegria as crianças hospitalizadas, bem como suas famílias e profissionais de saúde. Utilizando recursos como mímicas, mágica, malabarismo, improvisação e música, esses profissionais realizam visitas duas vezes por semana, por aproximadamente seis horas diárias, onde eles percorrem todos os leitos, visando à criação de vínculos entre os diferentes profissionais que integram a equipe de saúde e familiares.
Além destes trabalhos desenvolvidos com crianças e adolescentes, existem grupos que também trabalham com idosos. O “Grupo Feliz Idade”. É um desses projetos que visa exatamente dá importância a grupos de idosos, que muitas vezes são esquecidos pelos familiares e até mesmo pela sociedade.
Para Nunes et al (2004) este “contágio” dentro do ambiente hospitalar vem reduzindo o stress e sofrimento ocasionados aos pacientes e seus familiares pelo tratamento neste tipo de ambiente e, diminuindo o medo das crianças diante dos profissionais de saúde.
Esse trabalho humanizado visa complementar a terapia, dando auxilio emocional e até mesmo orgânico, em diversos tipos de enfermidades, possibilitando várias alterações na rotina hospitalar, como por exemplo: levar o paciente, sua família e profissionais momentos de alegria, em meio á tensão do ambiente hospitalar; possibilitar para que possa colaborar com exames ou tratamento e amenizar o incômodo e sofrimento; oferecer atenção às crianças através das brincadeiras; favorecer a comunicação entre os profissionais de saúde para que torne o ambiente mais agradável e menos hostil para o paciente.

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